quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Literatura: Principais Características do Simbolismo

1. Subjetivismo e Intimismo - Recusa, porém, o derramamento emocional na maneira como trabalha a linguagem.

2. Misticismo / Religiosidade - Servem como modo de evasão.

3. Mistério - A poesia é o meio para chegar ao cerne da vida e encontrar a unidade do material e do espiritual.

4. Capacidade Sugestiva - Liga-se ao mistério: deve-se sugerir, não revelar.

5. Musicalidade - A música pode exprimir estados de alma, através da sonoridade.

6. Uso de Sinestesias - Permitem que se faça a correspondência entre as sensações, objetos, contribuindo assim para a unidade.

7. Perfeição Formal - Vocábulos eruditos, vocábulos de pedrarias, flores; inovação formal.

8. Vocabulário e temas relativos  à morte, sombras, pessimismo, dor.

9. Hermetismo - Poesia fechada, destinada aos "raros", apenas.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Literatura: O Simbolismo

Inicia-se em Portugal em 1890 com a publicação de Oaristos, de Eugênio de Castro e termina em 1915. No Brasil, surge em 1893, com Broquéis, de Cruz e Sousa, e finda em  1902, quando vem à luz Canaã, de Graça Aranha.
O Simbolismo caracteriza-se como um movimento de insatisfação e/ou rejeição aos postulados científicos através dos quais os homens tentavam explicar o real. Assim, há regresso à religiosidade, ao misticismo e ao mistério medieval, adotando-se a filosofia intuicionista. Nesse movimento literário, acredita-se que a poesia carrega em si uma maneira de conhecer o próprio eu e o universo, de conhecer a essência e recuperar a unidade de um mundo dividido.
Em Portugal, destacaram-se na poesia simbolista Eugênio de Castro (1869 - 1944), Antônio Nobre (1867 - 1900) e Camilo Pessanha (1867 - 1926). No Brasil, merecem reconhecimento Cruz e Sousa (1861 - 1898) e Alphonsus de Guimaraens (1870 - 1921).

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Literatura: Exercício sobre Parnasianismo

Abaixo você encontrará quatro características do Parnasianismo. Reconheça-as nos fragmentos que seguem:

a) Impassibilidade
b) Esteticismo (arte pela arte)
c) Perfeição formal
d) Poesia descritiva, visual

Fragmento 1

"Invejo o ourives quando escrevo:
          Imito o amor
Com que ele, em ouro, o alto relevo
          Faz de uma flor.

Imito-o. E, pois, nem de Carrara
          a pedra firo:
O alvo cristal, a pedra rara,
          O ônix prefiro.

Por isso, corre por servir-me,
          Sobre o papel
A pena, como em prata firme
          Corre o cinzel."
                                      (Olavo Bilac)

..................................................................

Fragmento 2

"Esta de áureos relevos, trabalhada
de divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia."
                                       (Alberto de Oliveira)

...................................................................

Fragmento 3

"Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!"
                                     (Olavo Bilac)




quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Literatura: O Parnasianismo

Trata-se da reação na poesia aos excessos do Romantismo. O nome Parnasianismo tem origem no Monte Parnaso, região lendária da mitologia grega que era habitada por poetas. É uma tendência literária essencialmente poética e ocorre ao mesmo tempo que o Realismo.

Suas características gerais são:
a) culto da forma (arte pela arte);
b) renovação temática;
c) impassibilidade.

Os principais autores parnasianos no Brasil são, entre outros, Olavo Bilac, Raimundo Correa, Alberto de Oliveira, Vicente de CarvalhoFrancisca Júlia.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Literatura: Comentário de "Dom Casmurro", de Machado de Assis - Parte 2

1. O Narrador em Dom Casmurro

O narrador de Dom Casmurro, Bento, é um narrador problemático em dois sentidos:
a) Como entidade psicológica, por se tratar de um homem afetivamente mutilado;
b) Como foco narrativo, porque narra algo que não conhece com exatidão.

Bentinho é o tipo de narrador não-confiável, enganoso, que sempre afirma o contrário do que sente. Desse modo, como esse narrador-personagem domina tudo na narrativa, o resultado final é de dúvidas que permanecem sem esclarecimento, mesmo após o término da leitura, o que  caracteriza o livro como obra aberta.

2. Espaço/Tempo

O tempo predominante em Dom Casmurro é o tempo psicológico, ou de duração interior. A história se passa no Rio de Janeiro do Segundo Reinado, num ambiente de classe média abastada.
É interessante ressaltar que a narrativa de Dom Casmurro desloca o interesse do cenário exterior para o íntimo das personagens.

3. Estilo

Verifica-se em Dom Casmurro o estilo ziguezagueante: ao utilizar o recurso da digressão ocorre a quebra da linearidade da narrativa, bastante comum nessa obra. O narrador Bentinho frequentemente suspende o fluxo narrativo para discorrer sobre assuntos como:
a) o método adotado no livro (capítulo 59);
b) possível reação do leitor face a sua vida e obra (capítulo 119);
c) esboço de perfis psicológicos de personagens alheios à narrativa (capítulo 127).


Veja também:
Comentário de "Dom Casmurro", de Machado de Assis - Parte 1

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Literatura: Comentário de "Dom Casmurro", de Machado de Assis - Parte 1

1. Síntese do Enredo

Bentinho (o narrador) foi, ao nascer, destinado ao sacerdócio em virtude de uma promessa feita pela mãe. Entretanto, não demonstrava nenhuma vocação religiosa e, além disso, apaixonou-se por Capitu, filha de uma família vizinha. Mesmo a contra-gosto, acaba indo para o seminário, onde permanece por dois anos. É lá que faz amizade com Escobar, outro seminarista que também não se sentia vocacionado. Ambos acabam deixando o seminário: Escobar torna-se comerciante e Bentinho vai estudar Direito. Tempos depois, Escobar casa-se com Sancha e Bentinho com Capitu. Os dois casais mantêm boa amizade.
Bentinho e Capitu, mesmo querendo muito, não conseguem ter um filho. Quando afinal Capitu engravida e nasce Ezequiel, Bentinho começa a notar a semelhança entre o menino e seu amigo Escobar. A partir daí passa a alimentar um sentimento de dúvida em relação à paternidade da criança. Escobar morre afogado no mar, Capitu vai viver na Europa e também morre depois de algum tempo. O próprio Ezequiel, já adulto, morre em uma viagem ao Oriente Médio. Bentinho fica só, ainda amargando a grande dúvida.

2. Personagens Principais

a) Bento Santiago
Moço rico cujos traços físicos pouco são explorados na obra. É o protagonista e o narrador do texto em estudo. Mimado pela mãe, muito parecido com o pai, Bentinho é o tipo de personagem-narrador não-confiável.
b) Capitolina (Capitu)
Cabelos longos e pretos, olhos também negros e, segundo o narrador, misteriosos. É extremamente inteligente e criativa. Extrovertida, é dela o mérito de despertar em Bentinho o impulso pelo primeiro beijo. Diferentemente do protagonista, Capitu é pobre.
c) José Dias
Criatura magra e já principiando calvície, José Dias tinha seus cinquenta e cinco anos de idade.
d) Dona Glória
Viúva e extremamente religiosa, a mãe do protagonista contava quarenta e dois anos quando do início da narrativa.
e) Escobar
Rapaz bastante polido e educado, Ezequiel Escobar dedica-se ao comércio logo depois que deixa o seminário. Tem facilidade com os números.


Veja também:
Comentário de "Dom Casmurro", de Machado de Assis - Parte 2

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Literatura: Realismo - Naturalismo

Em oposição aos exageros românticos, tem-se o Realismo, estética que, motivada pelo progresso científico e industrial, opõe razão e inteligência ao excesso de sentimentalismo romântico.
Em Portugal, o Realismo se inicia em 1865, com a Questão Coimbrã e esmaece por volta de 1890, quando da publicação de Oaristos, de Eugênio de Castro, marcando o início do Simbolismo. Destacam-se, nessa época, os seguintes nomes: Antero de Quental, Guerra Junqueiro, Cesário Verde e Eça de Queirós.
No Brasil, o Realismo se inicia em 1881 com a publicação de O Mulato, de Aluísio de Azevedo e de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. A estética realista, no Brasil, perdura até 1902. Os grandes nomes do Realismo no Brasil são Machado de Assis, Aluísio de Azevedo e Raul Pompeia.

Características do Realismo

1. Observação atenta da realidade;
2. Preocupação com detalhes;
3. Atenção ao particular;
4. Tentativa de análise objetiva  tanto da sociedade como dos problemas humanos;
5. Utilização de postulados científicos e materialistas do século XIX (positivismo, determinismo e evolucionismo) para analisar a sociedade humana e seus problemas;
6. Aprofundamento da análise psicológica das personagens.

O Naturalismo

Alguns autores nessa época apresentam inequivocamente a intenção de explicar os problemas sociais dando ênfase acentuada à influência da raça, do momento histórico e do meio físico, o que está extremamente ligado aos estudos científicos do final do século XIX, em especial ao determinismo, que entende que o comportamento humano está condicionado a algumas leis sociológicas e biológicas. Esses autores são chamados de naturalistas, e suas obras apresentam certas características como:
a) predomínio de casos de anomalias;
b) vícios;
c) deformações;
d) perturbações comportamentais.

Nesse contexto, o autor aproxima-se muito da figura de um escritor-cientista, mais preocupado em analisar cientificamente o homem na sociedade do que em abordar questões éticas ou morais. Desse modo, fica evidente que o Naturalismo não é uma outra estética literária, mas uma tendência dentro do próprio Realismo.


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Literatura: O Romantismo em Portugal

O Romantismo inicia-se em Portugal com a obra Camões de Almeida Garrett e termina em 1865, quando as tendências realistas despontam no cenário cultural lusitano.
Os principais nomes da literatura portuguesa desse período são: Almeida Garrett (1799 - 1854), Alexandre Herculano (1810 - 1877), Júlio Dinis (1839 - 1871) e Camilo Castelo Branco (1825 - 1890).

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Literatura: O Teatro Romântico

Foi durante o Romantismo que se fundou a primeira companhia de teatro brasileira: a Companhia Dramática Nacional, dirigida por João Caetano, em 1833.
A dramaturgia dessa época contou com o apoio dos escritores românticos, que procuravam produzir peças. Este é o caso de Gonçalves de Magalhães, de Gonçalves Dias, de José de Alencar e até mesmo de Casimiro de Abreu. Entretanto, merece destaque a dramaturgia de Martins Pena, com O Noviço e O Juiz de Paz na Roça.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Literatura: O Romance Romântico

O Romantismo implantou definitivamente o romance no Brasil. A crítica literária tem reconhecido no seguinte critério uma maneira bastante eficaz e didática de estudar as produções romanescas dessa época:

1. Romance Histórico
Com o objetivo de caracterizar a história do nosso país, os romances históricos buscam reconstituir os fatos que, de algum modo, marcaram a edificação da nacionalidade brasileira. Nesse sentido, pode-se afirmar que As Minas de Prata, de José de Alencar, é bom exemplo de romance histórico. Vale ressaltar que houve flagrante intenção de usar os exemplos do passado para incentivar condutas no presente, daí o aspecto ideológico inquestionável dos romances históricos.

2. Romance Urbano
Também chamado romance de atualidade, o romance urbano, em geral, trazia a cidade do Rio de Janeiro como cenário dessas produções folhetinescas. O casamento era sempre o alvo perseguido pelas personagens. Tratava-se de uma produção literária altamente moralista, em que se pode perceber um viés ideológico que sugere, subrepticiamente, o imobilismo social. Grande exemplo de romance urbano é A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo.
É bom lembrar que o grande autor do Realismo brasileiro, Machado de Assis, iniciou sua carreira ainda nos ares românticos. Obras como Helena, Ressurreição e  A Mão e a Luva são exemplos acabados da primeira fase (romântica, portanto) de Machado.

3. Romance Indianista
A temática indianista esteve presente na literatura brasileira desde o Arcadismo. No romance, o grande nome do indianismo é José de Alencar, cujas obras O Guarani, Iracema e Ubirajara podem ser citadas como expoentes dessa temática. Os romances indianistas quase sempre apresentam o indígena de maneira estereotipada.

4. Romance Regionalista
Buscando aspectos culturais típicos das regiões interioranas do Brasil, o romance regionalista assumiu características importantes ao revelar preocupações sociais que tendiam ao universalismo. Tal traço o distinguiu, principalmente porque é o primeiro passo de uma tendência que se consolidou apenas no Modernismo (século XX). Representam o romance regionalista as obras A Escrava Isaura, de Bernardo Guimarães, O Sertanejo, de José de Alencar e Inocência, do Visconde de Taunay.



quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Literatura: Os Temas da Mulher e da Morte na Obra de Álvares de Azevedo

Elemento constante em sua poética, a mulher na obra de Álvares de Azevedo ora aparece como virgem adormecida, inatingível, pálida, inocente e santa, ora como prostituta.
Tão recorrente quanto o tema da mulher é o tema da morte, visto por alguns como prenúncio do seu trágico e prematuro fim. É curioso observar que associados à ideia da morte estão termos como pálido, macilento, palor, palidez, extremamente frequentes nas obras do jovem poeta.

Fragmento 1:

"Na praia deserta que a lua branqueia
Que mimo! que rosa! que filha de Deus!
Tão pálida - ao vê-la meu ser devaneia,
Sufoco nos lábios os hálitos meus!
          Não corras na areia,
          Não corras assim!
          Donzela, onde vais?
          Tem pena de mim!
(...............................................................)"


Fragmento 2:

"Quando em meu peito rebentar-se a fibra,
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nem uma lágrima
          Em pálpebra demente.
(...............................................................)

Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto, o poento caminheiro.
- Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro...
(...............................................................)

Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
- Foi poeta - sonhou - e amou na vida.
(..............................................................)



quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Literatura: Álvares de Azevedo, o Maior dos Poetas Românticos

Álvares de Azevedo é considerado pela crítica como o melhor poeta ultrarromântico brasileiro. Apesar de sua poesia ser carregada de "spleen", de seus versos deixarem evidente todo o conteúdo byroniano que influenciou sua obra, Álvares de Azevedo ousou romper com o estereótipo ultrarromântico em vários momentos de sua poética. É justamente nessa ruptura que está sua maior contribuição à literatura brasileira: Álvares de Azevedo foi dos primeiros a utilizar em poesia a descrição de objetos do cotidiano, como por exemplo o cachimbo, a cama, os livros; foi também o pioneiro em introduzir a ironia em seus versos, deixando transparente um sarcasmo tipicamente adolescente.
Os fragmentos abaixo exemplificam bem a contribuição de Azevedo:

Fragmento 1

"Metido num tonel... na minha cômoda
Meio encetado o copo ainda verbera
As águas d'ouro do Cognac fogoso,
Negreja ao pé narcótica botelha
(.................................................)
Ali mistura-se o charuto havana
Ao mesquinho cigarro e ao meu cachimbo.
A mesa escura cambaleia ao peso
Do titâneo Digesto, e ao lado dele
Childe-Harold entreaberto ou Lamartine
Mostra que o romântico se descuida.
(.................................................)"

Fragmento 2

"(................................................)
Esta noite ousei mais atrevido
Nas telhas que estalavam nos meus passos
Ir espiar seu venturoso sono,
Vê-la mais bela de Morfeu nos braços!

Como dormia! Que profundo sono!...
Tinha na mão o ferro do engomado...
Como roncava maviosa e pura!...
Quase caí na rua desmaiado!"

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Literatura: A Poesia Romântica

São três as gerações da poesia romântica no Brasil:

1. Primeira Geração - É a geração que se desenvolveu na década de 1830, marcada pelo indianismo, pelo nacionalismo e pelo lirismo subjetivo. Representam essa geração Gonçalves Dias e Gonçalves de Magalhães.

2. Segunda Geração - Denominada de byroniana e ultrarromântica, a segunda geração romântica tem em Álvares de Azevedo seu maior expoente e o melhor representante do "mal-do-século" que permeou a arte poética dos jovens escritores que cedo morreram. É a geração dos insatisfeitos com a vida cotidiana. A poesia do ultrarromantismo está repleta de tristeza, de lamento, de "spleen" (tédio da vida);  a solidão e a morte são temas recorrentes nos versos dessa geração, que tem no escapismo a nota tônica. Verifica-se ainda na poética da segunda geração do romantismo brasileiro um lirismo amoroso no plano subjetivo, associado quase sempre à temática da morte. Além de Álvares de Azevedo, outros nomes representam os poetas ultrarromânticos nos Brasil, dentre os quais merecem destaque Fagundes Varela, Junqueira Freire e Casimiro de Abreu.

3. Terceira Geração - É a geração do Condoreirismo. Castro Alves, o chamado "poeta dos escravos", é o maior nome da geração que teve em Vítor Hugo símbolo e inspirador, daí dizer-se também geração hugoana. Nessa terceira fase da poesia romântica no Brasil, que preparou o caminho para o despontar do estilo realista, surge a temática social engajada: questões como a abolição da escravatura e a República despontam nessas obras literárias assinalando que o período é de transição.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Literatura: Os Principais Autores Românticos

Em Portugal:

1. Almeida Garrett (1799 - 1854)
2. Alexandre Herculano (1810 - 1877)
3. Camilo Castelo Branco (1825 - 1890)
4. Júlio Dinis (1839 - 1871)

No Brasil:

1. Gonçalves Dias (1823 - 1864)
2. Álvares de Azevedo (1831 - 1852)
3. Castro Alves (1847 - 1871)
4. Joaquim Manuel de Macedo (1820 - 1882)
5. Manuel Antônio de Almeida (1831 - 1861)
6. José de Alencar (1829 - 1877)
7. Bernardo Guimarães (1825 - 1884)
8. Visconde Taunay (1843 - 1899)
9. Machado de Assis, primeira parte da obra (1839 - 1908)

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Literatura: Introdução ao Romantismo

O Romantismo, como movimento literário, tem início no Brasil em 1836, com a obra Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães, durando até 1881, ano da publicação de O Mulato, de Aluísio de Azevedo.
Em Portugal, porém, o Romantismo começou mais cedo, ou seja, em 1825, quando Almeida Garrett publicou seu poema Camões. Durou até 1865, ano em que teve início o Realismo Português.


Principais Características do Romantismo

1. Subjetividade: Os autores românticos desprezavam o racionalismo; acreditavam ser possível um conhecimento puramente subjetivo da realidade e buscavam a expressão direta e espontânea desse conhecimento intuitivo. O "byronismo" e o "mal-do-século" são duas atitudes decorrentes da exacerbação desse traço romântico.

2. Amor Idealizado: Tanto a exaltação do amor quanto a lamentação amorosa são atitudes típicas do Romantismo, em que a figura feminina é o foco.

3. Fuga da Realidade: Inconformados com a realidade presente, os autores românticos pretendiam um mundo idealizado e infinito, que servisse de refúgio contra os aspectos insuportáveis da realidade, que é finita e passageira.

4. Busca da Natureza: Como forma de reprovação à realidade social que consideravam opressiva, os românticos exaltavam a natureza, opondo o natural ao artificial.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Literatura: Características do Arcadismo

Algumas características importantes do Arcadismo foram:

1. Bucolismo: Preferência por temas pastoris e por motivos ligados à vida campestre, uma vez que para os árcades a beleza, a pureza e a espiritualidade residiam na natureza. O bucolismo está ligado ao ideal horaciano do "fugere urbem".

2. Imitação: Os árcades propuseram um retorno aos modelos da antiguidade greco-romana e aos moldes clássicos renascentistas. Dessa forma, as obras de Homero, Virgílio, Ovídio (greco-romanos) e também de Camões e Petrarca (renascentistas) foram extremamente valorizadas e imitadas pelos árcades. É bom lembrar que, em virtude dessa revalorização dos clássicos, o Arcadismo também é chamado de Neoclassicismo.

3. Racionalismo: Ao retornar aos modelos clássicos, os árcades buscavam não somente os gêneros literários clássicos, como também o equilíbrio entre razão e sentimento ali encontrado. Refrear as emoções, portanto, era um dos objetivos dos árcades.

4. Fingimento (ou Convencionalismo): Os árcades fingiam-se "pastores" que habitavam o campo, o "locus amoenus", em que a felicidade realmente existia. A mulher amada era chamada de "musa". A adoção de pseudônimos era uma das facetas desse fingimento.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Literatura: O Arcadismo

Em Portugal, a fundação da Arcádia Lusitana (1756) tem sido considerada como marco inicial da estética árcade, que conheceria seu termo em 1825. O Arcadismo brasileiro inicia-se em 1768, com a publicação de Obras Poéticas, de Cláudio Manuel da Costa, e vai até 1836, quando Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães, inaugura o Romantismo no Brasil.
Movimento literário exclusivamente poético, o Arcadismo coincide, no Brasil, com os ideais da Inconfidência Mineira. Estética de repúdio aos exageros do Barroco, o Arcadismo preconizava a revalorização dos modelos clássicos e renascentistas.
Arte movida pela simplicidade, pela preferência do campo à cidade, pela singeleza, o Arcadismo nos legou a segunda obra mais lida em língua portuguesa no mundo: Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Literatura: O Barroco - Literatura Informativa e Obras de Oratória

Além de poesia, o Barroco brasileiro legou-nos também uma vasta literatura informativa e obras de oratória.
Na oratória, o grande nome é mesmo o de Antônio Vieira. Padre Vieira nasceu em Portugal, mas viveu uma vida dividida entre a Metrópole e o Brasil. Escreveu Sermões (15 volumes), quinhentas cartas, História do Futuro, Esperança de Portugal e Clavis Prophetarum, esta última inédita e perdida.
Dentre os Sermões de Vieira destacam-se o "Sermão Pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal Contra as de Holanda" e "Sermão da Sexagésima".

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Literatura: O Barroco - A Obra de Gregório de Matos

O principal nome da poesia barroca brasileira foi Gregório de Matos Guerra.
Gregório de Matos, conhecido também como "Boca do Inferno", foi exclusivamente poeta. Em vida, publicou apenas alguns poemas. Somente muito recentemente sua produção foi reunida em uma coletânea composta de seis volumes, sob o título Obras.
Gregório de Matos escreveu poesia lírico-amorosa, lírico-sacra, satírica e encomiástica.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Literatura: O Barroco - A Poesia Barroca

A poesia barroca aconteceu em três momentos:

a) Ocupou a primeira metade do século XVII e caracterizou-se pela influência de Camões e de escritores castelhanos. Destaca-se Bento Teixeira Pinto.

b) Ocupou a segunda metade do século XVII e caracterizou-se pelo surgimento de uma poesia de traços mais brasileiros. Nessa época destacam-se os seguintes nomes: Gregório de Matos Guerra, Eusébio de Matos, Domingos Caldas Barbosa e Bernardo Vieira Ravasco.

c) Nesta fase, ocorreu o exagero do Barroco e surgiram as academias literárias. Período marcado por Manuel Botelho de Oliveira e pelo frei Manuel de Santa Maria Itaparica.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Literatura: O Barroco - Principais Características Barrocas

Em Portugal, o Barroco estende-se de 1580 a 1756. Já no Brasil seu início data de 1601, com a publicação do poema épico Prosopopeia, de Bento Teixeira. Perdura até 1768, com o surgimento do Arcadismo (inaugurado por Obras Poéticas, de Cláudio Manuel da Costa).

Principais Características Barrocas

a. Consciência da brevidade da existência humana, gerando angústia;
b. Consciência da fragilidade da condição humana;
c. Busca da fé e da religião como forma de consolo;
d. Sentimentos contraditórios e incertos;
e. Preocupação com a morte.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Literatura: Origens e Formação da Literatura Brasileira

Em 1500, quando os portugueses chegaram ao Brasil, chegou também a arte literária. A Carta de Achamento do Brasil, escrita por Pêro Vaz de Caminha, inaugurou a literatura escrita em solo brasileiro. A esse período tem-se chamado época de formação e origens, que se insere entre 1500 e 1601, quando Bento Teixeira publica sua Prosopopeia, inaugurando o Barroco no Brasil.

Durante esse século inicial, toda a produção literária feita em solo brasileiro foi assinalada por uma permanência nítida de traços medievais, em mistura a certos preceitos renascentistas. Tal produção serviu principalmente aos propósitos jesuíticos e catequéticos, e também à informação sobre a nova terra descoberta. A intenção doutrinária e pedagógica prevaleceu, então, sobre a preocupação estética ou artística, salvo raras exceções.

Principais Autores e Obras Desse Período:

 
1. Pêro Vaz de Caminha escreveu a Carta de Achamento do Brasil, datada de 1º de maio de 1500. Tal Carta ficou inédita até o ano de 1817. Escrita em 27 folhas, em estrutura com começo, meio e fim, a Carta deve ser compreendida como o cumprimento de um dever: uma vez que Caminha era escrivão da frota de Pedro Álvares Cabral, estava ele incumbido de dar informações ao rei D. Manuel sobre a descoberta do Brasil. Entretanto, a crítica literária assinala que Caminha imprimiu às frases que compõem a Carta todo seu entusiasmo e admiração em relação às novidades encontradas na nova terra.
Monumento em homenagem ao Pe. José
de Anchieta em Ubatuba - SP
2. José de Anchieta, apesar de muito doente, desenvolveu expressivo trabalho no Brasil. Sua produção, vigorosa, compreende poesias, um poema elegíaco denominado De Beata Virgine Dei Matre Maria, um poema em homenagem ao governador Mem de Sá, e obras em prosa, sob o título de Cartas, Informações, Fragmentos Históricos e Sermões de José de Anchieta, além de A Arte de Gramática da Língua Mais Usada na Costa do Brasil.

3. Manuel da Nóbrega escreveu Cartas do Brasil e Diálogo Sobre a Conversão do Gentio.

Além desses, ainda há os seguintes nomes: Fernão Cardim, Leonardo Nunes e João de Aspilcueta Navarro. Entretanto, não são grandes destaques do ponto de vista literário.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Literatura: Exercícios Sobre a Lírica de Camões (Parte 3)

Depois de ler os sonetos abaixo, identifique e analise as características camonianas neles existentes.

1
Amor é fogo que arde sem se ver;
é ferida que dói e não se sente;
é um contentamento descontente;
é dor que desatina sem doer.

É um querer mais que bem-querer;
é solitário andar por entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é cuidar que se ganha em se perder.

É um estar-se preso por vontade,
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode o seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?

_______________________________

2
Busque Amor novas artes, novo engenho
pera matar-me, e novas esquivanças,
que não me pode tirar-me as esperanças,
que mal me tirará o que eu não tenho.

Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças,
que não temo contrastes nem mudanças
andando em bravo mar, perdido o lenho.

Mas, conquanto não pode haver desgosto
onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê;

que dias há que na alma me tem posto
um não sei quê, que nasce não sei onde,
vem não sei como, e dói não sei por quê.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Literatura: Exercícios Sobre a Lírica de Camões (Parte 2)

Leia os sonetos seguintes e identifique e analise as características camonianas neles existentes:

1
Doces e claras águas do Mondego,
doce repouso de minha lembrança,
adonde a falsa e pérfida esperança
longo tempo trás si me trouxe cego;

de vós me aparto, mas porém não nego
que a memória que de vós me alcança
me não deixa daqui fazer mudança,
mas quanto mais me alongo, mais me achego.

Não quero de meus males outra glória
senão que lhe mostreis em vossas águas
as dos meus olhos, com que os seus se banhem.

Já pode ser que co minha memória,
vendo meus males, vendo minhas mágoas,
as suas com minhas se acompanhem.

__________________________________

2
Tanto de meu estado me acho incerto
que nem vivo ardor tremendo estou de frio;
sem causa, juntamente choro e rio;
o mundo todo abarco e nada aperto.

É tudo quanto sinto um desconcerto;
da alma um fogo me sai, da vista um rio;
agora espero, agora desconfio,
agora desvario, agora acerto.

Estando em terra, chego ao céu voando;
numa hora acho mil anos, e é de jeito
que nem mil anos não posso achar uma hora.

Se me pergunta alguém por que assim ando,
respondo que não sei; porém suspeito
que só porque vos vi, minha Senhora.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Literatura: Exercícios Sobre a Lírica de Camões (Parte1)

Leia os sonetos e aponte neles características da lírica camoniana.

1
Enquanto quis Fortuna que tivesse
esperança de algum contentamento,
o gosto de um suave pensamento
me fez que seus efeitos escrevesse.

Porém, temendo Amor que aviso desse
minha escritura a algum juízo isento,
escureceu-me o engenho co tormento,
pera que seus enganos não dissesse.

Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos
a diversas vontades! Quando lerdes
num breve livro casos tão diversos

- verdades puras são e não defeitos -,
entendei que, segundo o amor tiverdes,
tereis o entendimento de meus versos.

_________________________________

2
Suspiros inflamados, que cantais
a tristeza com que eu vivi tão ledo:
eu mouro e não vos levo, porque hei medo
que ao passar do Leteio vos percais.

Escritos para sempre já ficais,
onde vos mostrarão todos co dedo,
como exemplo de males; que eu concedo
que pera aviso de outros estejais.

Em quem, pois, virdes largas esperanças
de Amor e da Fortuna, cujos danos
alguns terão por bem-aventuranças,

dizei-lhe que os servistes muitos anos,
e que em Fortuna tudo são mudanças,
e que em Amor não há senão enganos.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Literatura: Classicismo - A Saudade Como Tema na Obra de Camões

O saudosismo camoniano traz à tona os episódios amorosos do passado. A saudade, algo constante e quase perene, é alimentada pelo desejo do eu-lírico de reviver o antigo sentimento, que se traduz numa triste e sofrida contradição: se por um lado a saudade funciona como um convite aos prazeres do passado, por outro tal retorno é possível somente no âmbito do pensamento, o que certamente não resolve, apenas intensifica o desejo pungente. O excerto abaixo ilustra perfeitamente esse quadro:

"Aquela triste e leda madrugada
cheia toda de mágoa e piedade,
enquanto houver no mundo saudade
quero que seja sempre celebrada."

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Literatura: Classicismo - A Poesia Lírica de Camões

Luís Vaz de Camões legou à posteridade grande obra lírica. Escreveu odes, canções, elegias, églogas, oitavas, sextinas e sonetos. Em tais obras podem-se encontrar tanto uma análise profunda da existência humana como sublimes manifestações de platonismo romântico.
Apesar de profundamente influenciado por nomes como Petrarca e Garcilaso, italiano e espanhol, respectivamente, Camões imprimiu sua marca particular em cada obra que produziu, quando não igualando a genialidade dos seus inspiradores, superando-os em arte. Desse modo, não resta outra coisa senão afirmar que Camões não foi um mero reprodutor de modelos, mas um dos maiores gênios da literatura universal.
São marcas nítidas da lírica camoniana a idealização da mulher, por conta da influência de Petrarca e do neoplatonismo em vigor na época, bem como o "desconcerto do mundo", reflexão dos desencontros e contradições dos sentimentos humanos.
Para materializar tão significativa obra, Camões valeu-se não só da "medida nova", o dolce stil nuovo italiano, com seus versos decassilábicos, mas também dos versos redondilhos, que muito se prestavam a retratar de forma efusiva a figura da mulher.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Literatura: Classicismo - A Poesia Épica de Camões

Os Lusíadas, obra mais lida em língua portuguesa no mundo, foi publicado em 1572. Trata da viagem de Vasco da Gama às Índias, com o intuito de exaltar a nação portuguesa. Grande obra épica, Os Lusíadas tem 10 cantos com 1.102 estrofes (ou estâncias) de 8 versos (oitava-rima), divididos em:

1. Introdução
Subdivide-se em:
a) Proposição, em que o poeta apresenta o assunto do poema;
b) Invocação, em que o poeta invoca as Tágides (musas) como auxílio para a tarefa de compor os versos;
c) Oferecimento, em que o poeta dedica sua obra ao rei D. Sebastião.

2. Narração
Trecho em que são narradas as ações propriamente ditas. Esta é a parte mais extensa do poema.

3. Epílogo
Constitui-se no fecho da ação, em que o poeta faz as declarações finais, queixando-se da decadência lusitana.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Literatura: Classicismo

Inicia-se em Portugal em 1527, quando Sá de Miranda retorna da Itália trazendo novidades literárias, frutos do Renascimento cultural. Esse curto período literário termina em 1580, quando da morte de Luís Vaz de Camões, o grande gênio dessa época.

____________________________________________

Características do Classicismo

1. Imitação da antiguidade greco-romana
Os autores do Classicismo se inspiravam nas obras de Homero, Aristóteles, Sófocles, Cícero, Virgílio e Plauto. É importante, no entanto, ressaltar que nem sempre tal imitação redundou em mera cópia da produção dos gregos e dos romanos, como bem prova a produção artística de Camões.

2. Busca da perfeição formal
Os autores classicistas deram grande importância aos recursos métricos, rímicos e gramaticais, buscando atingir uma expressão clara, equilibrada e lógica. Preocuparam-se ainda com a nítida observância e distinção entre os gêneros literários.

3. Uso de hipérbato
Como imitação aos latinos, os autores do Classicismo valorizavam muito a inversão da ordem frasal e da ordem das orações no período.

4. Vasta utilização da mitologia clássica
Os autores dessa época valeram-se da mitologia greco-romana para gerar efeitos artísticos, utilizando entidades mitológicas como verdadeiros símbolos das ações e dos sentimentos humanos.

5. Universalidade
Os artistas do Classicismo buscavam as verdades eternas e universais.

6. Impessoalidade
Houve nesse período literário grande preocupação com a objetividade: o particular e o individual deram espaço ao geral e ao perene.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Literatura: Exercícios Sobre Teatro Humanista (Auto da Lusitânia, de Gil Vicente)

Leia o trecho abaixo, extraído do Auto da Lusitânia, de Gil Vicente, e responda às questões:

NINGUÉM: Que andas tu aí buscando?
TODO MUNDO: Mil coisas ando a buscar / delas não posso achar, / porém ando perfiando, /
 por quão bom é perfiar.
NINGUÉM: Como hás nome, cavaleiro?
TODO MUNDO: Eu hei nome Todo Mundo, / e meu tempo todo inteiro / sempre é buscar dinheiro / e sempre nisto me fundo.
NINGUÉM: Eu hei nome Ninguém, / e busco a consciência.

(BERZEBU PARA DINATO)
BERZEBUEsta é boa experiência!  / Dinato, escreve isto bem.
DINATO: Que escreverei, companheiro?
BERZEBU: Que Ninguém busca consciência, / E Todo Mundo dinheiro.

(NINGUÉM PARA TODO MUNDO)
NINGUÉM: E agora, que buscas lá?
TODO MUNDO: Busco honra muito grande.
NINGUÉM: E eu virtude, que Deus mande. / Que tope com ela já.

(BERZEBU PARA DINATO)
BERZEBU: Outra adição nos acode: / escreve aí, a fundo, / que busca honra Todo Mundo, / E Ninguém busca virtude.

NINGUÉM: Buscas outro mor bem qu'esse?
TODO MUNDO: Busco mais quem me louvasse / tudo quanto eu fizesse.
NINGUÉM: E eu quem me repreendesse / em cada cousa que errasse.

(BERZEBU PARA DINATO)
BERZEBU: Escreve mais.
DINATO: Que tem sabido?
BERZEBU: Que quer em extremo grado / Todo Mundo ser louvado, / e Ninguém repreendido.

(NINGUÉM PARA TODO MUNDO)
NINGUÉM: Buscas mais algo, meu amigo?
TODO MUNDO: Busco a vida e quem ma dê.
NINGUÉM: A vida não sei que é, / a morte conheço bem.

(BERZEBU PARA DINATO)
BERZEBU: Escreve lá outra sorte.
DINATO: Que sorte?
BERZEBU: Muito garrida: / Todo Mundo busca a vida, / E Ninguém conhece a morte.

_________________________________________________

1. Encontre no trecho acima evidências:
a) de que o autor quer corrigir os costumes através da sátira;
b) de traços medievais presentes na obra de Gil Vicente;
c) de traços renascentistas presentes no teatro vicentino.

2. De que recurso Gil Vicente se valeu para jogar com o sentido das palavras?

3. Gil Vicente, através de uma personagem nesse Auto, faz uma crítica à sociedade.
a) Qual é essa crítica?
b) Através de que personagem essa crítica é feita?

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Literatura: Humanismo - O Teatro Humanista

Gil Vicente é considerado o fundador do teatro português. Sua obra, de caráter popular, trata de temas bastante ligados à tradição medieval: apesar de ser um humanista, vivendo no auge da crise de valores que assinala esse período de transição, Gil Vicente e seu teatro estão mais para a medievalidade do que para a modernidade, como assinala a crítica especializada.
Crítico e mordaz, Gil Vicente castigou amplamente a sociedade de sua época, colocando em evidência os erros e os vícios do clero, dos nobres e do povo, sem reservas. Alguns veem nessa atitude demasiadamente crítica um apego ao passado e até mesmo uma proposta de volta aos valores antigos, aos quais, evidentemente, encontra-se muito ligado.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Literatura: Humanismo - A Prosa Humanista

Humanismo é o nome dado ao período literário que assinala a transição do teocentrismo medieval para o antropocentrismo renascentista. O Humanismo em Portugal cunhou dois grandes talentos: Fernão Lopes, iniciador da historiografia portuguesa, e Gil Vicente, iniciador do teatro português.

A Prosa Humanista

Fernão Lopes é o principal nome da prosa do humanismo português. Sua importância reside no fato de ter sido capaz de tratar a historiografia portuguesa com enfoque científico. Investigativo, angariava dados e informações em mosteiros e igrejas, dando-se ao trabalho de consultar livros, correspondências e até mesmo pessoas com o propósito de embasar-se mais e melhor. O resultado dessa investigação é uma obra bastante expressiva. Como cronista, Fernão Lopes foi capaz de apresentar fatos econômicos como influência incontestável nos destinos do ser humano, além de colocar o povo como agente da História. Por exemplo, na obra intitulada Crônica de El-Rei D. João I, considerada sua melhor obra, Fernão Lopes apresenta o povo como herói.

Além de Fernão Lopes, outros cronistas se destacaram nessa época:
a) Gomes Eanes de Azurara;
b) Rui de Pina;
c) Garcia de Resende (também poeta).


quarta-feira, 4 de maio de 2011

Literatura: Trovadorismo - A Prosa Trovadoresca

Surgem no século XIII as Novelas de Cavalaria. Originalmente eram poesias que versavam sobre temas guerreiros, as chamadas canções de gesta, passando posteriormente a ser redigidas em prosa. Divididas em ciclos, as novelas de cavalaria são assim agrupadas:

1. Ciclo Carolíngio: contam a história do rei Carlos Magno e os doze pares de França;
2. Ciclo Clássico: abordam temas relativos à Antiguidade Greco-Romana;
3. Ciclo Arturiano: contam as aventuras do rei Artur e os Cavaleiros da Távola Redonda.

Além das novelas de cavalaria, floresceram também as seguintes manifestações paraliterárias:

1. As hagiografias, sobre a vida dos santos;
2. Os cronicões, precursores da historiografia portuguesa;
3. Os livros de linhagem, registros contendo nomes com a intenção de esclarecer graus de parentesco.


quarta-feira, 27 de abril de 2011

Literatura: Exercícios Sobre Trovadorismo (Cantigas de Escárnio e Maldizer - Parte 2)

A cantiga abaixo transcrita refere-se às questões de 1 a 3:

"Ai dona fea! foste-vos queixar
porque vos nunca louv'en meu trobar
mais ora quero fazer un cantar
en que vos loarei toda via;
e vedes como vos quero loar:
dona fea, velha e sandia!

Ai dona fea! se Deus mi perdon!
e pois havedes tan gran coraçon
que vos eu loe en esta razon,
vos quero já loar toda via;
e vedes qual será a loaçon:
dona fea, velha e sandia!

Dona fea, nunca vos loei
en meu trobar, pero muito trobei;
mais ora já un bon cantar farei
en que vos loarei toda via;
e direi-vos como vos loarei:
dona fea, velha e sandia!"
                    (João Garcia de Guilhade)

1. Trata-se de uma cantiga de escárnio ou de uma cantiga de maldizer? Justifique sua resposta.

2. Qual é o objetivo da cantiga?

3. Reescreva a cantiga acima em português moderno.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Literatura: Exercícios Sobre Trovadorismo (Cantigas de Escárnio e Maldizer - Parte 1)

Leia o texto abaixo e responda ao que se pede:

"Foi um dia Lopo jograr
a cas d'un infançon cantar
emandou-lhe ele por don
dar três couces na garganta,
e foi-lh'escass a meu cuidar
segundo como el canta.

Escasso foi o infançon
en seus couces partir enton,
ca non deu a Lopo enton
mais de três e na garganta,
e mais mereço jograron,
segundo como el canta."
                  (Martim Soares)

1. Qual a intenção da cantiga?

2. É uma cantiga de escárnio ou de maldizer? Justifique sua resposta.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Literatura: Trovadorismo - As Cantigas Satíricas

As Cantigas de Escárnio e as Cantigas de Maldizer têm como objetivo satirizar alguém ou alguma situação. Reveladoras do espírito sarcástico medieval, tais cantigas frequentemente apresentavam expressões obscenas e de mal gosto. Escritas em linguagem popular, a irreverência é a tônica dessas composições.

CANTIGA DE ESCÁRNIO

- Cantiga em tom satírico, em que o ataque se dá de forma indireta;
- Crítica de pessoas e situações sem a revelação da(s) pessoa(s) visada(s).

CANTIGA DE MALDIZER

- Cantiga de tom satírico, em que o ataque se dá de forma bastante direita;
- Crítica de pessoas e situações com menção explícita dos nomes das pessoas visadas.


quarta-feira, 6 de abril de 2011

Literatura: Exercícios Sobre Trovadorismo (Cantigas Líricas)

Considere os textos abaixo para responder às questões propostas:

TEXTO 1

Ay, senhor, fremosa, por Deus
e por quem boa vos el fez,
doede-vos alguma vez
de mi, e d'estes olhos meus,
      que vos viron por mal se ssy
      quando vos viron, e por mi.

E porque vos fez Deus melhor
de quantas fez, e mays valer,
querede vos de mi doer,
e d'estes meus olhos, senhor,
      que vos viron por mal se ssy
      quando vos viron, e por mi.

E porque o al não é ren,
senon o bem que vos Deus deu,
querede vos doer do meu
male dos meus olhos, meu bem,
      que vos viron por mal se ssy,
      quando vos viron, e por mi.
(Cancioneiro da Vaticana)

TEXTO 2

Aquestas noites tão longas
que Deus fez em grave dia
por mi, por que as non dormio
e por que as non fazia
no tempo que meu amigo
soía falar comigo?

Por que as fez Deus tan grandes,
non poss'eu dormir, coitada!
e de como som sobejas,
quisera-m'outra vegada
no tempo que meu amigo
soía falar comigo.

Por que as Deus fez tan grandes,
sem mesura e designaes,
e as eu dormir non posso?
por que as non fez ataes,
no tempo que meu amigo
soía falar comigo?
(Cancioneiro da Vaticana)

1) Qual delas é uma cantiga de amor e qual é uma cantiga de amigo? Comprove com passagens dos textos.

2) Resuma o conteúdo das cantigas.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Geografia: A Origem do Universo

Um dos mais fascinantes assuntos que o homem tem estudado é justamente a origem do Universo.
Quase tudo o que se tem, até agora, são teorias; mas, pesquisando o espaço cósmico, os cientistas têm encontrado "pistas" que levam a algumas conclusões.
Dentre as teorias mais aceitas atualmente está a do "Big Bang", ainda que nem mesmo esta esteja a salvo de críticas.
De uma maneira muito simples, pode-se explicar assim a Teoria do Big Bang:

1. O Universo está em permanente expansão (fato descoberto por Edwin Hubble em 1929);

2. Essa contínua expansão para apontar para a possibilidade de o Universo ter começado de forma violenta e bem definida, que é exatamente o que recebe o nome de "Big Bang";

3. Em todo o espaço pode ser constatada a existência de tênues ondas de rádio, denominadas Fundo Cósmico de Radiação. Essas ondas de rádio foram descobertas em 1965 e acredita-se que possam ser um eco do Big Bang;

4. A partir disso, há muitos cientistas que pensam que o Universo, tal qual o conhecemos, teria surgido há cerca de 15 bilhões de anos.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Literatura: A Poesia Trovadoresca - Cantigas Líricas

O lirismo trovadoresco manifestou-se nas Cantigas de Amor e nas Cantigas de Amigo.

CANTIGAS DE AMOR
- Eu-lírico masculino (o homem fala);
- A mulher é superior, pertence a uma categoria social mais elevada;
- O trovador expressa seu sofrimento amoroso por amar alguém inacessível, a quem rende vassalagem;
- A ambientação, culta e refinada, retrata a vida na corte;
- Sofreu influência provençal.

CANTIGAS DE AMIGO
- Eu-lírico feminino (a mulher fala);
- A mulher, seja camponesa ou não, em geral é de nível social baixo;
- Expressa o sofrimento da mulher por causa de seu amigo (namorado), que a abandonou ou que está em combate contra os mouros;
- O ambiente é rural ou familiar;
- Originou-se em território galaico-português.

terça-feira, 29 de março de 2011

História do Brasil: O Movimento Pelas "Diretas Já"

Houve grande mobilização popular para que o sucessor do presidente João B. Figueiredo fosse eleito por voto popular. Com esse objetivo, a campanha pelas "Diretas Já" levou milhares de pessoas às ruas, em comícios e passeatas, pedindo a aprovação da Emenda Dante de Oliveira, que alteraria a Constituição para que a eleição direta fosse possível.
Entretanto, como a Emenda precisava de maioria absoluta no Congresso Nacional para sua aprovação, acabou sendo rejeitada, de modo que o sucessor de Figueiredo foi, mais uma vez, eleito pelo Congresso - sendo candidatos Tancredo Neves e Paulo Maluf, o primeiro foi o escolhido, mas não chegou a tomar posse (foi hospitalizado exatamente antes da posse e morreu em abril de 1985). O vice-presidente eleito, José Sarney, foi empossado em seu lugar e esteve na presidência até 15 de março de 1990.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Literatura: A Poesia Trovadoresca - Cantigas

As cantigas eram composições poéticas escritas no dialeto galaico-português, que deveriam ser cantadas ao som de instrumentos musicais. Os únicos documentos que restaram sobre essa produção literária são as coletâneas de cantigas chamadas cancioneiros. Desses cancioneiros, os que mais importam para o estudo e compreensão das produções galaico-portuguesas são:

1. Cancioneiro da Ajuda;
2. Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa;
3. Cancioneiro da Vaticana.

Pelo estudo dessas coletâneas pode-se dividir as cantigas trovadorescas em líricas e satíricas.


terça-feira, 22 de março de 2011

História do Brasil: Governos dos Presidentes Médici, Geisel e Figueiredo

De 1969 a 1974 a presidência foi exercida pelo General Emílio G. Médici. Foram acontecimentos de seu governo:
  • Construção da Rodovia Transamazônica;
  • Criação do MOBRAL;
  • Severa repressão aos que discordavam do regime político vigente.
Cedendo às pressões e percebendo que a repressão do governo anterior não podia ser mantida,  o   presidente Ernesto Geisel (1974-1979) propôs uma "abertura lenta e gradual"; seu governo foi também responsável por tornar a censura menos rígida e pela realização de eleições parlamentares livres em 1974. Em 1978 o Ato Institucional nº 5 foi extinto.
O sucessor de Geisel foi o General João Baptista de O. Figueiredo (1979-1985); em seu governo foi aprovado o projeto de anistia política, foi restabelecido o pluripartidarismo e foram realizadas eleições diretas para o cargo de Governador de Estado (1982).

terça-feira, 15 de março de 2011

História do Brasil: Presidências do Marechal Castelo Branco e do Marechal Costa e Silva

DICA DO CURSO ESPIRAL DO TEMPO

O Marechal Castelo Branco ocupou a Presidência da República ao ser eleito pelo Congresso Nacional (Ato Institucional nº 1). Foram acontecimentos de seu governo:

  • A extinção de todos os partidos políticos anteriormente existentes;

  • A criação de apenas dois partidos novos, a ARENA e o MDB;

  • 417 pessoas tiveram seus mandatos e/ou direitos políticos cassados;

  • Uma nova Constituição passou a vigorar em 1967;

  • Foi criada a Lei de Segurança Nacional.
A Presidência seguinte foi exercida pelo Marechal Artur da Costa e Silva (1967 - 1969). Foram acontecimentos de seu governo:

  • A adoção de medidas que tentavam combater a inflação;

  • O início da construção da ponte Rio-Niterói;

  • A assinatura do Ato Institucional nº 5 (AI-5), que dava plenos poderes ao presidente da República.
Gravemente enfermo, Costa e Silva foi substituído por uma Junta Militar, formada pelo General Lyra Tavares, pelo Almirante Augusto R. Grünewald e pelo Brigadeiro Márcio de Sousa Melo.

terça-feira, 8 de março de 2011

História do Brasil: A Presidência de João Goulart e o Golpe Militar de 1964

DICA DO CURSO ESPIRAL DO TEMPO

João Goulart era vice-presidente no governo Jânio Quadros, e deveria assumir a presidência em seu lugar. Entretanto, foi aprovada uma emenda constitucional que estabelecia o parlamentarismo no Brasil, de modo que Goulart seria chefe de Estado, mas não chefe de Governo. Através de um plebiscito realizado a 6 de janeiro de 1963 o parlamentarismo foi rejeitado e Goulart tornou-se efetivamente o chefe do Poder Executivo.
Em 1964, alguns setores da sociedade, que eram contrários às "reformas de base" que o governo parecia disposto a realizar, iniciaram um movimento para derrubar o governo de João Goulart. Um levante militar iniciado em Minas Gerais no dia 31 de março de 1964 espalhou-se pelo país e foi vitorioso. João Goulart refugiou-se no Uruguai e, sob pressão, o Congresso Nacional elegeu o Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco para a Presidência da República.

terça-feira, 1 de março de 2011

História do Brasil: Governos de Juscelino Kubitschek e Jânio Quadros

DICA DO CURSO ESPIRAL DO TEMPO

Juscelino Kubitschek de Oliveira foi presidente da República entre 1956 e 1961. Foram acontecimentos de seu governo:

  • A construção de Brasília, nova capital do País;

  • A construção da Rodovia Belém-Brasília;

  • A construção das hidrelétricas de Furnas e Três Marias;

  • A instalação de montadoras de veículos em São Paulo.
Jânio Quadros governou o Brasil em 1961. Em razão de suas tentativas de aproximação dos governos de países socialistas, foi severamente pressionado, o que o levou a renunciar ao mandato em 25 de agosto de 1961.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

História do Brasil: O Último Governo Vargas e o Problema da Sucessão

DICA DO CURSO ESPIRAL DO TEMPO

Getúlio Vargas voltou ao poder em 1951, através do voto popular. Um fato destacado de seu governo foi a criação da Petrobrás. Pressionado para que renunciasse, Getúlio suicidou-se em agosto de 1954.
Com a morte de Getúlio Vargas, a presidência foi ocupada pelo vice-presidente João Café Filho, que posteriormente afastou-se para tratamento de saúde, vindo o cargo a ser ocupado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Carlos Luz. Em 11 de novembro de 1955 o ministro da Guerra, Teixeira Lott, comandou um movimento que levou à deposição de Carlos Luz, sendo então a presidência ocupada por Nereu Ramos, vice-presidente do Senado.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

História do Brasil: Governo Dutra e Constituição de 1946

DICA DO CURSO ESPIRAL DO TEMPO

Em 29 de outubro de 1945 Getúlio Vargas foi deposto por militares; nas eleições convocadas, saiu vencedor o General Eurico Gaspar Dutra.
Uma nova Constituição foi promulgada em 18 de setembro de 1946, com as seguintes características:

  • Presidencialismo;

  • Três poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário;

  • Admissão do direito de greve para os trabalhadores;

  • Autonomia para Estados e Municípios.
Eurico Gaspar Dutra governou de 1946 a 1951 e, como fatos importantes de seu governo podemos citar:

  • Inauguração de uma rodovia ligando Rio de Janeiro e São Paulo (via Dutra);

  • Criação da Companhia Hidrelétrica São Francisco;

  • Proibição do funcionamento do Partido Comunista Brasileiro (era a época em que se iniciou a Guerra Fria).

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

História do Brasil: O Golpe do Estado Novo

DICA DO CURSO ESPIRAL DO TEMPO

Em janeiro de 1938 deveriam ser realizadas eleições para escolher um novo presidente da República, mas Getúlio Vargas não queria deixar o cargo; por isso, forjou-se um plano de "golpe comunista" (Plano Cohen), que na realidade nunca existiu; entretanto, Getúlio pôde justificar com ele o golpe de Estado de 10 de novembro de 1937, que o manteve no poder até ser deposto em 1945. Para completar o quadro ditatorial que se instaurou, a Constituição de 1934 foi substituída por uma outra, outorgada, na qual podiam ser encontrados princípios de caráter fascista.
A esse governo ditatorial de Getúlio Vargas, ocorrido entre 1937 e 1945, deu-se o nome de Estado Novo.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

História do Brasil: A Constituição de 1934

DICA DO CURSO ESPIRAL DO TEMPO

Uma nova Constituição entrou em vigor em 1934, e estabelecia:

  • O presidencialismo como forma de governo;

  • Divisão dos poderes em Legislativo, Executivo e Judiciário;

  • O direito de voto para as mulheres (em caráter facultativo, estando apenas as funcionárias públicas obrigadas a votar);

  • Ensino primário obrigatório e gratuito, quando ministrado em instituições públicas de ensino;

  • Inovações no campo da legislação trabalhista.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

História do Brasil: A Revolução Constitucionalista

DICA DO CURSO ESPIRAL DO TEMPO

A Revolução Constitucionalista ocorreu em 1932, motivada pelo descontentamento da oligarquia cafeeira paulista, afastada do poder com a Revolução de 30, além do fato de que o Governo Provisório havia suspendido a Constituição de 1891, sem que uma nova fosse aprovada.
O levante armado teve início em 9 de julho de 1932 e durou três meses. Os paulistas foram derrotados militarmente, mas Getúlio Vargas convocou eleições para a formação de uma Assembleia Constituinte.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

História do Brasil: A Revolução de 30 e o Governo Provisório de Getúlio Vargas

DICA DO CURSO ESPIRAL DO TEMPO

São causas da Revolução de 1930:
  • A crise do café;
  • O desenvolvimento urbano;
  • O uso político do assassinato de João Pessoa;
  • A eleição de Júlio Prestes para a Presidência da República.
Com a Revolução de 1930, Getúlio Vargas chegou ao poder e formou-se então um Governo Provisório, que dissolveu o Congresso Nacional, as Assembleias Legislativas estaduais e as Câmaras Municipais, nomeou interventores que deveriam substituir os governadores dos Estados, criou o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, o Ministério da Educação e da Saúde e reestruturou o ensino secundário.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

História do Brasil: O Tenentismo

DICA DO CURSO ESPIRAL DO TEMPO

Dá-se o nome de Tenentismo ao conjunto de movimentos revolucionários ocorridos entre 1922 e 1930, liderados por jovens oficiais militares.
Os mais importantes foram:

  • Revolta do Forte de Copacabana (1922);

  • Revolta do General Isidoro Dias Lopes, em São Paulo (1924);

  • Coluna Prestes - Miguel Costa (1924 - 1926);

  • Revolução de 1930.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

História do Brasil: A Guerra do Contestado

DICA DO CURSO ESPIRAL DO TEMPO

O oeste do atual Estado de Santa Catarina foi, no início do século XX, conhecido como Região do Contestado, pois essa vasta área era disputada pelos Estados do Paraná e de Santa Catarina.
Nesse local viviam posseiros que foram expulsos por duas companhias estrangeiras que iriam construir estradas de ferro e, por isso, haviam recebido do governo concessões de terras nas margens das ferrovias.
Sem ter onde morar, os posseiros expulsos juntaram-se à gente simples da região, seguindo o monge J. Maria, um místico que pregava o fim da República e a chegada de tempos melhores para o povo pobre. Por seu pensamento, esse monge e seus adeptos (umas 50 mil pessoas) foram perseguidos por forças militares federais e da polícia. Eram acusados de ser monarquistas, mas talvez nem mesmo soubessem exatamente o que isso significava. Falavam contra a República porque viam nela a causa de seus problemas, mas é possível que não tivessem como estabelecer a diferença precisa entre um regime político e outro.
Em 1916, depois de muitos combates, os soldados do governo saíram vitoriosos.