quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Literatura: Realismo - Naturalismo

Em oposição aos exageros românticos, tem-se o Realismo, estética que, motivada pelo progresso científico e industrial, opõe razão e inteligência ao excesso de sentimentalismo romântico.
Em Portugal, o Realismo se inicia em 1865, com a Questão Coimbrã e esmaece por volta de 1890, quando da publicação de Oaristos, de Eugênio de Castro, marcando o início do Simbolismo. Destacam-se, nessa época, os seguintes nomes: Antero de Quental, Guerra Junqueiro, Cesário Verde e Eça de Queirós.
No Brasil, o Realismo se inicia em 1881 com a publicação de O Mulato, de Aluísio de Azevedo e de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. A estética realista, no Brasil, perdura até 1902. Os grandes nomes do Realismo no Brasil são Machado de Assis, Aluísio de Azevedo e Raul Pompeia.

Características do Realismo

1. Observação atenta da realidade;
2. Preocupação com detalhes;
3. Atenção ao particular;
4. Tentativa de análise objetiva  tanto da sociedade como dos problemas humanos;
5. Utilização de postulados científicos e materialistas do século XIX (positivismo, determinismo e evolucionismo) para analisar a sociedade humana e seus problemas;
6. Aprofundamento da análise psicológica das personagens.

O Naturalismo

Alguns autores nessa época apresentam inequivocamente a intenção de explicar os problemas sociais dando ênfase acentuada à influência da raça, do momento histórico e do meio físico, o que está extremamente ligado aos estudos científicos do final do século XIX, em especial ao determinismo, que entende que o comportamento humano está condicionado a algumas leis sociológicas e biológicas. Esses autores são chamados de naturalistas, e suas obras apresentam certas características como:
a) predomínio de casos de anomalias;
b) vícios;
c) deformações;
d) perturbações comportamentais.

Nesse contexto, o autor aproxima-se muito da figura de um escritor-cientista, mais preocupado em analisar cientificamente o homem na sociedade do que em abordar questões éticas ou morais. Desse modo, fica evidente que o Naturalismo não é uma outra estética literária, mas uma tendência dentro do próprio Realismo.