Elemento constante em sua poética, a mulher na obra de Álvares de Azevedo ora aparece como virgem adormecida, inatingível, pálida, inocente e santa, ora como prostituta.
Tão recorrente quanto o tema da mulher é o tema da morte, visto por alguns como prenúncio do seu trágico e prematuro fim. É curioso observar que associados à ideia da morte estão termos como pálido, macilento, palor, palidez, extremamente frequentes nas obras do jovem poeta.
Fragmento 1:
"Na praia deserta que a lua branqueia
Que mimo! que rosa! que filha de Deus!
Tão pálida - ao vê-la meu ser devaneia,
Sufoco nos lábios os hálitos meus!
Não corras na areia,
Não corras assim!
Donzela, onde vais?
Tem pena de mim!
(...............................................................)"
Fragmento 2:
"Quando em meu peito rebentar-se a fibra,
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nem uma lágrima
Em pálpebra demente.
(...............................................................)
Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto, o poento caminheiro.
- Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro...
(...............................................................)
Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
- Foi poeta - sonhou - e amou na vida.
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