quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Vestibular: Um Mal Necessário?

Muitos acreditam que o exame chamado de Vestibular, que oferece ingresso nas universidades brasileiras, é injusto e elitista. Seus opositores costumam afirmar que esse tipo de prova não consegue avaliar o candidato em sua plenitude, pois (segundo eles) bastaria que o vestibulando estivesse indisposto na hora do vestibular e todo seu esforço do ano inteiro (ou de anos inteiros) estaria comprometido.
Os que são contrários ao vestibular ainda argumentam que esse tipo de seleção favorece aqueles que têm oportunidade e recursos para pagar colégios e cursinhos de primeira linha, o que, na visão deles, é peneirar pelo critério econômico, e não pelo mérito acadêmico.
Mas será isso mesmo?
Os que defendem os vestibulares como forma de ingresso nas universidades costumam admitir que, de fato, esse tipo de seleção não é de todo isento de problemas. Porém, eles costumam elencar algumas vantagens do vestibular:
1- alguma seleção é necessária porque simplesmente (nas universidades de ponta, é claro) não há vagas para todos;
2- essa seleção deve levar em conta principalmente a excelência de conhecimento acadêmico, pois os estudos em nível superior nas grandes universidades requerem mentes que estejam à altura do que ali vai ser ensinado;
3- Os vestibulares de ingresso às grandes universidades (FUVEST, UNICAMP, VUNESP, ITA, FGV, entre outros) procuram selecionar os candidatos que se encaixam no perfil de aluno exigido pelas instituições de alto nível educacional para que se mantenha o padrão de excelência.
Confrontando as duas linhas de argumentação, fica claro que os vestibulares não são a causa da injustiça social (que impede muitos alunos de ingressarem em universidades de ponta), mas um termômetro (como abordou um tema de Redação da FUVEST há algum tempo) que indica os problemas sócio-educacionais que debilitam significativa parcela da juventude brasileira.
O que fazer? Pais, mães, professores e alunos (interessados, em geral) deveriam exigir das autoridades competentes ensino público e gratuito compatível com aquele disponível nos bons colégios particulares, para que todos tenham aquilo que é um dos ideais republicanos: igualdade de oportunidades para disputar uma vaga não apenas nas universidades de ponta, mas no mercado de trabalho.