quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Acentuação dos Monossílabos Tônicos

(Professor André Luís Cézar, Professor de Redação e Diretor da Nativa Vestibulares)
Conheço uma pessoa (eu mesmo!) que tem compulsão por acento (e não assento): mesmo que eu vá descartar um rascunho, eu não aceito que uma palavra vá para o lixo sem ter respeitado o seu direito de ser acentuada. É isso mesmo: as palavras têm o direito de receber o acento que lhes é devido. Essa saudável obsessão, que alunos e professores deveriam ter, pode garantir que não se confunda, por exemplo, caia com caía; amássemos com amassemos...
Mas, queridos alunos, falando em conhecer gente, já ouvi alguém contar sobre uma pessoa que, para chamar a atenção dos seus alunos para a necessidade do acento, costuma dizer em classe que o acento gráfico é uma “cacetada” que damos na palavra para que ela soe forte: nó (bem caceteado) soa forte!!! Essa pessoa se esquece de que uma sílaba pode soar forte sem receber acento (esforço, por exemplo, como em "eu me esforço"). Se a tal da regra da cacetada pegasse, então teríamos de dizer aos alunos que a palavra pó recebeu uma cacetada de direita, e que os dois "as" (a+a) em crase (à) receberam uma cacetada de esquerda... Mas tal regra é bobagem, pois o que dizer do acento circunflexo (^)? Trata-se de cacetada dupla? Ou de chapeuzinho como diziam antigamente?
Voltando ao que interessa, uma certa obsessão por acentuar vale a pena, e minha experiência mostra que um dos acentos mais esquecidos é o das palavras monossilábicas. Não esqueça: todo monossílabo tônico terminado em a(s), e(s), o(s) deve ser acentuado (nó, dó, pó, ré, pá, lá). Só não acentuamos os terminados em i ou u. Os pichadores de Du, Lu e parecidos é que deveriam levar umas chineladas da Dona Gramática da Língua Portuguesa quando infringem essa regra.