quarta-feira, 7 de março de 2012

Literatura: O Pré-Modernismo

O final do século XIX e o início do século XX (especialmente as duas primeiras décadas) conheceram uma sociedade brasileira estruturada assim: de um lado, as classes mais conservadoras e resistentes a mudanças, representadas por uma elite dominante composta principalmente por pecuaristas e cafeicultores que detinham o poder econômico e político, e pela burguesia industrial que nascia em São Paulo e também no Rio de Janeiro; de outro lado, novos estratos sociais, representados pelos negros recém-libertos da escravidão e marginalizados na sociedade, pelos imigrantes europeus que vieram substituir o trabalho escravo e pelo surgimento do proletariado.
Nesse contexto, verifica-se um clima de tensão, que configura o panorama ilustrado pelos acontecimentos abaixo resumidos:

a) Guerra de Canudos (Bahia, 1897);
b) Misticismo e fanatismo envolvendo a figura do Padre Cícero (Ceará, 1911 - 1950);
c) Revolta da Vacina (Rio de Janeiro, 1904);
d) Guerra do Contestado (Oeste de Santa Catarina, 1912 - 1916);
e) Greve Geral de trabalhadores (São Paulo, 1917);
f) Revolta da Chibata (Rio de Janeiro, 1910).

Tal tensão social será revelada, de forma crítica, na obra de alguns autores que, entre o agonizante realismo-naturalismo e a afirmação da poesia simbolista, farão a literatura precursora do Modernismo, intitulada Pré-Modernismo por Alceu Amoroso Lima.